domingo, 18 de maio de 2014

UM ANSIOSO EM UM VELÓRIO !

Neste dia 18/05/2014, acabo de chegar do velório de meu último tio por parte de mãe, e último tio homem, pois só me restam tias. Agora você deve estar perguntando: O que isso tem a ver com o tema "Ansiedade "?
Ir a um velório é um drama para mim... aquelas pessoas todas lá conversando, rindo, batendo aqueles papos, que nada tem a ver com o morto, e isso parece norma, afinal, 'o que foi, foi'...
Então esse me disse, fala daqui, riem, e acolá, não me faz bem. Isso tem uma história, a do falecimento de meu pai, há 29 anos ( fará agora em junho), quando eu tive uma das piores, para não dizer pior experiência de velório que já tive.
Daí, percebermos que muitas de nossas 'ansiedades' tem um fundo emocional, e ao mesmo tempo, tem um fundo cultural. Por que temos de 'curtir' o morto em um prazo de no máximo 24 h ? É muito doloroso para todos, inclusive para aqueles, que como nada tem a falar, acabam jogando conversa fora.
Me recordo como se fosse hoje, recebi uma ligação, eu morava em Salvador-BA e meu irmão, mais velho do que eu, dois anos, me ligou, dizendo 'papai morreu, você vem pro enterro?".
Minha chegada ao velório aconteceu meia hora antes do enterro, e foi muito chocante e cheio de situações inusitadas: só faltava eu para fazer todas as cerimônias e ir ao cemitério. O corpo de meu pai, foi velado na sala da casa de minha mãe.
Meu sentimento com relação a velório parte da seguinte premissa: a pessoa que perdeu seu ente querido(a), deve me ver...deve perceber que estive lá, ou que - em tempos de face - fiz algum comentário sobre o fato. para mim isso basta.
Minha pressa de sair do velório é a mesma, e em uma velocidade maior ainda, de quando chego.
Ou seja, eu chego, e já quero ir embora. não espero, não curto nada, só estou alí pois minha obrigação de parente, conhecido me coloca: acredite, eu faço minhas orações pelo(a) que se foi, e isso para mim basta...
mas minha ansiedade é sair fora logo, e isso me deixa com a seguinte sensação: poxa cara, você não presta, pois nem participou direito das coisas - situações - de seus parentes, colegas, ou amigos. 
Deveria ser mais paciente, controlado... mas não adianta, assim eu me comporto, assim eu sou..
É difícil para um cara que possui SPA - Síndrome do Pensamento Acelerado como eu reagir diferente, mas assim atuo. Não me sinto mal, afinal se sou mal ou bem resolvido em relação a isso, não sei, só sei 'que sou assim'.
Fico na defensiva, e na linha de largada para a corrida do evento. Aliás, essa é uma das características daqueles que possuem esta doença, acima citada nas tr~es letras - SPA, pois depois falarei mais sobre ela.
Só quero dizer o seguinte: A Deus tudo pertence, nossas vidas e nossa morte, se não acreditarmos que deus está em todos os lugares, como viveremos ? 
Então, como não sabemos o que vem por aí, fico com o pensamento de Pablo Picasso sobre o tema, encerrando minha ideia de hoje:
A morte não é a maior perda da vida. A maior perda da vida é o que morre dentro de nós enquanto vivemos.


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